Comprometimento cognitivo leve
É caracterizado por um declínio pequeno no desempenho cognitivo que não chega a interferir na capacidade de ser independente nas atividades cotidianas. O
tratamento envolve medicamentos (inibidores da acetilcolinesterase, memantina) e
reabilitação cognitiva.
Doença de Alzheimer
Na doença de Alzheimer ocorre atrofia do córtex cerebral e deposição de amiloide e proteína tau no tecido cerebral. É a causa mais comum de demência.
O
sintoma inicial mais comum é a perda de memória de curto prazo, com dificuldade para lembrar de acontecimentos recentes. Também pode haver mudanças sutis na atenção, apatia, irritabilidade e sintomas depressivos. Dificuldade para encontrar palavras, desorientação espacial e temporal e dificuldades para tomar decisões são outros sintomas que vão se apresentando paulatinamente.
Alguns exames de imagem cerebral (ressonância magnética, PET, SPECT), a dosagem de amiloide beta 42 e proteína tau no líquido cerebrospinal e a avaliação neuropsicológica podem auxiliar no diagnóstico diferencial com outras doenças neurodegenerativas.
A abordagem farmacoterapêutica envolve inibidores de acetilcolinesterase e/ou memantina visando melhora no desempenho cognitivo e antidepressivos ou antipsicóticos quando necessários para o tratamento de sintomas emocionais ou comportamentais. Programas de reabilitação/remediação cognitiva podem ser indicados.
Transtorno Neurocognitivo Frontotemporal
No Transtorno Neurocognitivo Frontotemporal, há deposição de proteína tau no tecido cerebral e atrofia predominantemente nos lobos frontais e temporais do cérebro. As manifestações da demência frontotemporal incluem:
- Na variante comportamental: desinibição, apatia ou inércia, perda de simpatia ou empatia, comportamento perseverante, estereotipado ou compulsivo/ritualístico, hiperoralidade (por exemplo, passar a consumir bebidas alcoolicas ou colocar objetos do lixo na boca), mudanças na dieta e declínio na cognição social e/ou nas capacidades executivas;
- Na variante linguística: declínio proeminente na capacidade linguística, na forma de produção da fala, no encontro de palavras, na nomeação de objetos, na gramática ou na compreensão de palavras.
Há preservação relativa da aprendizagem e da memória e da função perceptomotora.
A abordagem terapêutica do Transtorno Neurocognitivo Frontotemporal pode envolver o uso de diversas classes de psicofármacos a depender da demanda clínica. Fonoterapia, reabilitação/remediação cognitiva e fisioterapia podem ser indicados.
Transtorno Neurocognitivo com Corpos de Lewy
A doença de Lewy é uma condição neurodegenerativa em que há depósito cerebral anormal de uma proteína chamada alfa-sinucleína.
Ocorrem
variações acentuadas na atenção e no estado de alerta,
alucinações visuais e
parkinsonismo (tremor, rigidez muscular, movimentos lentos e dificuldade para manter o equilíbrio e caminhar). Vocalizações e movimentos anormais durante o sono também são frequentes. O declínio cognitivo é progressivo.
Exames de imagem cerebral (ressonância magnética, PET, SPECT), cintilografia miocárdica e polissonografia podem auxiliar no
processo diagnóstico.
Diversas classes de fármacos podem ser empregados ao longo do manejo da doença conforme a variedade de sintomas neuropsiquiátricos que se esteja abordando. Fisioterapia, fonoterapia e remediação/reabilitação cognitiva participam do tratamento.
Transtorno Neurocognitivo Vascular
O Transtorno Neurocognitivo Vascular é a segunda causa mais comum de declínio cognitivo e demência após a doença de Alzheimer. Ela ocorre em portadores de doença cerebrovascular devido a acidentes vasculares encefálicos maiores ou múltiplos e pequenos infartos no tecido cerebral (doença microvascular) que vão se somando com o tempo.
No quadro clínico predomina o
declínio da atenção complexa (incluindo velocidade de processamento -
lentidão para raciocinar)
e das funções executivas, mas a apresentação clínica pode variar conforme a extensão e localidade das lesões, particularmente nos indivíduos acometidos por acidentes vasculares encefálicos de grandes vasos.
A abordagem terapêutica pode envolver o uso de inibidores da acetilcolinesterase, memantina, antidepressivos e outras classes de fármacos conforme a apresentação sintomática, além de fisioterapia motora, fonoterapia e reabilitação/remediação cognitiva.
Psiquiatra
Sobre o Dr. Ricardo Toniolo
Médico Psiquiatra pela USP | CRM-SP 97.468 | RQE 57339
O Dr. Ricardo Toniolo graduou-se em Medicina pela Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo e especializou-se em Psiquiatria pela mesma instituição - FMUSP.
Titulou-se Doutor em Ciências pela Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo e há 15 anos atua como Pesquisador e Coordenador do ambulatório de adultos do Programa de Transtorno Bipolar do Instituto de Psiquiatria do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo – IPq-HCFMUSP. É autor de publicações científicas nacionais e internacionais.